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Inovação é o melhor caminho

Empreendedores devem ter cuidado com os gastos, bem como refletir sobre o próprio negócio em busca de mudanças, sem fazer, necessariamente, grandes investimentos.

As incertezas econômicas e o cenário de escassez de recursos hídricos e energéticos deixam empresários receosos em relação a investimentos, seja para a expansão, seja para a melhoria dos negócios. Entretanto, a inércia em momentos de crise - apenas na expectativa de boas notícias – nem sempre é uma boa estratégia. Muitas vezes, novas formas de atuação, com planejamento e estrutura, podem abrir oportunidades para a empresa.

Para quem encara as dificuldades com visão empreendedora, a crise pode ser o momento de refletir sobre o próprio empreendimento e de buscar alternativas inovadoras para atingir o público-alvo.

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Identificar o ponto em que a empresa está errando ou como ela poderia ser mais assertiva é o primeiro passo para inovar. “A mudança depende muito do líder. Se ele não estiver aberto à inovação, nada mudará e toda a energia, o dinheiro e as expectativas serão em vão. Em momentos de crise, isso pode significar o fim da companhia”, afirma o diretor da consultoria Vecchi Ancona, Paulo Ancona Lopez. Ele pondera ainda que se a empresa estiver disposta a sair da zona de conforto, o líder deve analisar se a equipe atual também estará alinhada à mudança de postura, o que muitas vezes implica alteração de processos já enraizados ao longo dos anos. “Se até hoje a empresa trabalhou da mesma maneira, é porque as pessoas não conseguiram inovar. Então, o empresário deve analisar quais membros da equipe estão abertos a mudanças e buscar outros profissionais com perfil empreendedor”, aponta Lopez.

Mesmo com todos colaboradores envolvidos na mudança, os resultados podem demorar a aparecer, assim o processo também exige paciência e perseverança.

Nem sempre inovar significa altos investimentos. (...) Nos casos em que o diagnóstico indica a necessidade de aportes financeiros, cabe ao empresário analisar o melhor caminho para não comprometer o caixa. “O primeiro passo é verificar o recurso disponível em caixa. A partir daí, estudam-se alternativas, como um sócio investidor, a venda de uma participação ou financiamento bancário”, observa Lopez. Nesse momento de reflexão, é comum o empresário perceber que o mercado não é mais atrativo quanto era no passado, o que pode exigir uma reformulação geral para que haja a reinvenção da empresa.

De Olho na Evolução

Os processos de inovação e de busca por novas maneiras de fazer negócio deveriam ser contínuos em qualquer empresa. Na prática, porém, muitos gestores só valorizam isso quando começam a ter prejuízos. Com 19 anos no mercado imobiliário, a Qualiti Imóveis teve a sua atuação reformulada a partir dos novos desafios impostos pela tecnologia. De acordo com o diretor imobiliário, Fabiano Neiame, no passado, 90% dos anúncios de imóveis apareciam em classificados de jornais impressos e a relação entre cliente e corretor era feita por telefone e pessoalmente. “Com a tecnologia e a correria do dia a dia, percebemos que o público mudou a forma de se relacionar com as imobiliárias. As pessoas não querem perder tempo e quando entram em contato já pesquisaram os imóveis na internet, têm informações sobre a localização, conversaram com amigos sobre o assunto e já estão com uma opinião formada. Então, o corretor não pode ficar esperando o telefone tocar para efetuar a venda”, diz.

A Qualiti também percebeu que a atuação dos vendedores estava muito generalista para lidar com um público ávido por informações precisas, então, investiu em treinamento de funcionários e criou áreas específicas para cada tipo de empreendimento e de perfil de cliente. “Esses ajustes já começaram a apresentar resultados positivos em relação à média de êxito entre contato com o cliente e fechamento de contrato. Este ano será de desafios, mas a equipe está preparada para enfrentar os obstáculos”, afirma Neaime. O diretor conta que a empresa já analisava o mercado e, ao perceber que em 2014 seria um ano difícil em razão das incertezas econômicas, da Copa do Mundo e das eleições, decidiu reorganizar os processos internos.

Nesse movimento, alguns funcionários que não se enquadravam na nova filosofia foram substituídos.

A arrumação da casa preparou a imobiliária para os desafios ainda maiores de 2015. “Para inovar o empreendedor deve olhar o retorno no médio e longo prazos. Nosso planejamento contempla mudanças no decorrer de três anos.

“Após a implantação, agora é hora de aparar as arestas para, no futuro, contabilizar bons resultados depois que a nova filosofia estiver consolidada”, explica. Para Neiame, muitos empresários esperam a chegada da crise para inovar e desejam o retorno do investimento no curto prazo, mas essa estratégia tem alto risco e pode fracassar em razão da falta de tempo necessário para que a equipe e o mercado absorvam mudanças.

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