Marcas do segmento de luxo devem manter planos no Brasil
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Como a maioria de outros setores do comércio, os artigos de luxo devem ter desaceleração nas vendas devido ao cenário macroeconômico. Contudo, a tendência é de haver manutenção de crescimento, ainda que menor do que o visto há alguns anos, quando o ramo vivenciou a chegada de marcas estrangeiras - com filas de clientes de olho nas ofertas.
O mercado automotivo de luxo é um termômetro neste sentido, já que bateu recordes de vendas em anos recentes.
“No varejo automotivo isso fica bem claro. A BMW nunca vendeu tanto. A Land Rover e outras empresas que fizeram iniciativas no Brasil, ao anunciar fábricas locais e até a possibilidade de produtos com preços competitivos, manterão os planos. A LVMH abriu uma loja atrás da outra no ano passado, mesmo com a previsão de uma economia mais fraca. Marcas de alto luxo sempre fazem planejamento de longo prazo” (...)
A previsão faz sentido. Afinal, aumenta o número de milionários no Brasil ano a ano, além de executivos que, com altos salários, passam também a consumir artigos de maior valor agregado, de maneira aspiracional. Assim grifes como Dolce e Gabbana, Louis Vitton, Fendi, Donna Karan, Armani, Tiffani & Co., Hugo Boss, Lacoste, Sephora, e Burberry, entre outras, são sinônimos de um mercado de sucesso recorrente e global.
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Onda do pessimismo
“Por isso que eu digo: a onda de pessimismo já irritou. As pessoas têm de entender que é preciso buscar saídas para driblar a crise, ao invés de só reclamar, como vimos em 2014.” É assim que a especialista em varejo e franchising, Ana Vecchi, diretora da Vecchi Ancona –Inteligência Estratégica começa a conversa.
Ana acredita que itens caros podem ter a conotação de supérfluos, logo em períodos de variação macroeconômica as pessoas se questionam se é preciso gastar mais, ou não. Mas crê que o consumidor sabe questões como o fato de grandes marcas terem esse conceito de requinte por envolverem uma prestação de serviço superior, seja no atendimento, no corte ou na apresentação dos artigos sempre de mais qualidade.
“E o cliente paga por tudo isso. Além do que, diferente do novo rico, que consome de maneira desenfreada, o público de alto poder aquisitivo que têm essa experiência vinda em várias gerações, é aquele extremamente exigente, que escolhe bem o que vai comprar”.
A expert ressalta, sobretudo, que as grifes de alto luxo costumam investir sem planejamento de longo prazo, pois acreditam que o setor manterá no Brasil desempenho relevante nos próximos anos. ”Não são empresas imediatistas. Sabem quando é preciso diminuir a margem de lucro e encantar o cliente. Se asseguram de ter um faturamento vital para ter saúde financeira e nessa equação está uma visão realista de mercado”.
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