Modelagem de negócio
Revista Empreendedor
Por Paulo Ancona Lopez
Qualquer negócio deve ter um modelo de gestão definido, afinal, sem esta estratégia seria o mesmo que escalar uma montanha sem mapas, planejamento, recursos, bússola, altímetro, etc. Correr atrás de resultados e “ver o que deu no fim do mês decididamente não é um modelo de gestão válido”.
Existem inúmeros modelos que podem ser aplicados às empresas e é falsa a ideia de que indicadores, processos, melhoria contínua ou mesmo algum modelo japonês de qualidade só sirvam para as indústrias. Se adotarmos os conceitos básicos de cada modelo, eles se adaptam a qualquer tipo de empresa e, com certeza, os resultados passarão a ser melhores.
Dentre os modelos mais aplicados podemos citar alguns com o Workflow, Gestão por Indicadores, Modelagem por Processos, PDCA, Gestão Lean e BMG / Business Model Generation. Cada um deles é, sem dúvida, mais indicado para cada tipo de empresa e de negócio. O BMG, por exemplo, se aplica muito bem a novos negócios e até auxilia na definição de muitos de seus fatores e premissas.
A grande qualidade do BMG é a de obrigar a empresa a pensar profundamente em seu posicionamento e estratégias, de onde, com certeza, poderão surgir processos muito afinados com seus objetivos. De fato, é fundamental que a empresa tenha muito claro quais são suas “atividades-chave”, com que recursos pode contar, quem serão seus parceiros, como estará montada sua estrutura de custos, quais serão os segmentos de clientes a serem focados e como será o relacionamento com eles, que canais serão usados para chegar ao mercado e qual a sua proposta de valor perceptível. Exige a participação dos envolvidos com a empresa em um processo criativo e sem predefinições ou paradigmas definidos.
Os demais modelos, apesar de possuírem algumas características típicas ou específicas, acabam sendo parecidos em aspectos de gestão que são fundamentais a todas as empresas independente do porte ou segmento:
- Estratégias claras e desmembradas em fluxos de processos, para que na prática se realize o que se apregoa;
- Indicadores de processos, para medir os resultados e efetuar as correções necessárias de forma sistêmica ou como melhoria contínua;
- Melhorias contínuas que vão aperfeiçoando os processos, reduzindo desperdícios e custos, aumentando a eficiência e, consequentemente, melhorando resultados;
- Descentralização da gestão e das decisões, criando oportunidades para os colaboradores e gestores assumirem papel de protagonistas (para isso deverão se tornar mais capacitados).
Para serem implantados, entretanto, todos esses modelos requerem uma coisa em comum e que deve partir da alta direção da empresa, que é a vontade de mudar a cultura da companhia e a força para manter a mudança até sua completa implantação, com todos os eventuais transtornos ou dificuldades que possam, porventura, surgir pelo caminho.
Cada um dos aspectos citados acaba impactando positivamente em outros, criando uma roda positiva e contínua, que vai eliminando problemas e promovendo mudanças.