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O fundo do poço e o cavalo


Foto: Miriam Sweeney

por Paulo Ancona Lopez

Existe uma velha fábula que nos fala sobre um cavalo que caiu num poço. Pela dificuldade em retirar o cavalo de lá, por ser muito fundo, apertado e o cavalo ser muito pesado, o fazendeiro acabou optando por sacrificar seu animal e decidiu que ele seria enterrado ali mesmo, no poço.

Determinou, então, que todos os demais funcionários da fazenda trouxessem sacos de terra e os fossem despejando dentro do poço, sobre o cavalo. Ele não imaginava que à medida que a terra era despejada, o cavalo se sacudia e o poço ia ficando cada vez mais raso, até que foi possível resgatar o cavalo, são e salvo. Vivo e apenas sujo de terra.

Vivemos algo parecido. O mercado, se não está no fundo do poço ainda, chegará lá. Os negócios minguam, as compras escasseiam e as empresas se dividem entre aquelas que se entregam ao desânimo e outras que buscam alternativas.

Em nossa empresa temos vivido as duas realidades junto aos nossos clientes. Alguns entenderam que era hora de não investir, de abandonar projetos, de reduzir suas metas e suas operações. Outros apostaram em ousar, em inovar, em mudar seu posicionamento, seu mix, suas relações com o mercado, suas estruturas e, assim, buscar novas oportunidades.

Assim como aconteceu com o fazendeiro da fábula, existem soluções que mesmo não aparentes, podem nos tirar do fundo do poço. Para isso é preciso ao menos pensar, planejar e criar movimento ao redor. Parar de respirar não é solução, definitivamente.

Felizmente começamos a ver, cada vez com mais intensidade, que muitas empresas resolveram sair do marasmo, sacudir a terra das suas costas e pôr o trem em movimento. De nada adianta ficar na posição de que "eles não resolvem". O "eles" não existe. O "eles" somos nós!

Alguns projetos ousados, ou não, mas inteligentes e que miraram as oportunidades estão caminhando muito bem, obrigado. Os cavalos têm condições de sair do fundo do poço, mas precisam pelo menos ter a vontade de se sacudir e tirar a terra das costas.

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