Os cinco conflitos mais comuns entre franqueados e franqueadoras
Como toda relação de negócios, o franchising tem seus problemas; confira os conflitos mais frequentes nas franquias.
É consenso que abrir uma franquia (veja aqui dicas de como fazer isso sem sustos) é um procedimento menos trabalhoso do que começar o próprio negócio de maneira convencional. Por mais que seja necessário o acompanhamento de perto pelo franqueado, aspectos como contratos com fornecedores e até detalhes de divulgação já estão previamente definidos no padrão da marca.
No entanto, isso não significa que os franqueados sigam sem problemas no decorrer do trabalho. Pelo contrário, dizem especialistas, muitos deles se frustram logo após a abertura da franquia.
A seguir, seguem listados – e comentados – os principais problemas observados no mercado de franchising.
1 - Fundos de publicidade
Um dos principais conflitos entre franqueados e franqueadoras pode ser em torno do marketing. A maioria das empresas trabalha com um fundo de publicidade, no qual todo mês é depositada uma quantia dos franqueados para ações gerais da rede.
No entanto, seja na divulgação de abertura da nova franquia ou meses depois, o franqueado acha que as ações publicitárias são insuficientes e cobra da franqueadora por mais atenção local. (...)
2 - Treinamento (a falta de)
Alguns negócios têm em sua natureza processos logísticos mais complexos, o que demanda um forte e criterioso treinamento de gerência e corpo de funcionários. Com alguma frequência essa parte é negligenciada pelas franqueadoras e, posteriormente, isso pode se transformar em uma grande dor de cabeça.
“Cinco dias de treinamento para uma operação de Fast Food ou varejo, por exemplo, não adiantam, não ensinam nada. O tempo é fundamental para inaugurar já levantando voo, não batendo cabeça. Se isso acontecer, vai ter problema”, afirma Ana Vecchi, diretora da consultoria de inteligência estratégica Vecchi Ancona.
3 - Exclusividade ou Preferência?
Outro motivo que pode causar confusão entre as partes costuma ficar esquecido – ou mesmo escondido – no contrato: a cláusula que trata de exclusividade da área da franquia. (...)
4 - Distanciamento pós-abertura
Este ponto gira em torno da falta de comunicação frequente entre muitas franqueadoras e seus franqueados de acordo com o passar do tempo. Após toda a euforia e esforço para colocar tudo em ordem em uma nova loja, naturalmente a franqueadora tira um pouco a mão da massa e volta ao posto original de gerenciamento.
(...)
Equívocos são observados de ambas as partes: franqueados que esperam suporte excessivo e franqueadoras que deixam seus parceiros a ver navios. (...)
5 - Expectativa x Realidade
Talvez o ponto que crie a maior tensão em uma relação de franquias seja a diferença entre o que é projetado e o que, de fato, os números mostram na realidade. Apesar de o franchising ter um índice de falência oito vezes menor que o de negócios próprios – cerca de 3% após um ano de abertura –, a decepção com os resultados é bastante corrente.
Segundo Anna Vecchi, é bastante comum ocorrer de o dito pelas franqueadoras não se refletir na prática, mas ela alerta para a parcela de culpa que também pode vir do novo empresário. “Em contrapartida, o franqueado precisa estar comprometido com o negócio. Abrir uma franquia não é garantia de sucesso”, pondera.