Que cada um faça a sua parte, mas bem feita!

Foto: K S Kong
Que está tudo difícil para todos, no mundo, é sabido. Não são só méritos nossos os problemas econômicos, políticos, sociais, financeiros, familiares, educacionais e todos os que quisermos listar.
Ao mesmo tempo em que se discute como melhorar o mundo e criar políticas que atendam a todos de forma melhor, muito me parece que o que vale, de verdade, é a máxima "ema, ema, ema, cada um com seus problema" - que já traz um baita problema de concordância, sem plural. Talvez seja para parecer que há problemas a menos, no singular, além de rimar "ema" com "problema", fica um problema só e não um monte. Por que falo isso de "cada um com o que é seu" em termos de ideologias, problemas, defesas ou ataques? O comportamento das pessoas me mostra isso diariamente, há exceções - lógico, mas são exceções os que se preocupam, de fato, com os outros. Quem sorri ao cumprimentar um desconhecido? Para o carro ao ver um pedestre na faixa? Agradece ao manobrista pelo carro? Pede por favor ao garçom, frentista, caixa de banco ou do supermercado? Entende que a empresa que só estendeu a mão até hoje, está precisando da contribuição e compreensão de todos? Cuidado! Não foi bom se você levantou a mão em quase todas as frases.
É papel do motorista parar para o pedestre passar. Mas, tem aquele pedestre que se joga à frente do carro, atravessa a passos de tartaruga com cara de que o motorista "vai me engolir", "estou no meu direito". Este é o cara do "ema, ema, ema"! Amargo, agressivo, calado, que briga com quem nem conhece e é contra motoristas. E esquece que ele também é motorista em outros momentos ou tem parentes que são. Tem o funcionário que defende que trabalhou direito e cumpriu as funções com qualidade e, agora, não tem nada a ver com os cortes e despesas. Mas, ele não foi contratado para desempenhar com excelência suas funções? Não está lá para isso? Porém, acha que está fazendo um favor para a empresa que o contratou e o remunera devidamente.
Há sempre justificativas para muito do que não funciona bem e, por outro lado, as pessoas clamam pelo engajamento de terceiros. De terceiros, dos outros, mas e delas mesmas? "Ah! Eu tentei ligar e resolver, mas não deu...". Como assim tentou e não deu? Não gosto do verbo "tentar". Vá e faça! "Eu fui lá e estava fechado". E nunca mais abriu? Não voltou lá? "Melhor perguntar que fazer errado". E vai passar a vida fazendo as mesmas perguntas, sem a menor vontade de aprender e fazer melhor? "Isso muda toda hora" ou "Isso nunca muda". As duas opções são muito usadas para justificar algo e ambas são sempre negativas. Se muda, é porque muda, mas deveria continuar igual...
Se queremos políticas de acordos melhores, temos que pensar coletivamente. Não adianta partido político algum se, individualmente, nos comportamos de maneira egoísta, como indivíduos e não cidadãos, não humanos, sem sentimentos, mecânicos, robotizados para acabar com o positivismo, olhando só para os próprios celulares, tablets, telas individuais. Não podemos nos emocionar apenas com as campanhas que envolvem bebês, crianças, idosos e animaizinhos.
Sorrir é tão simples, olhar é tão rápido, querer vem de dentro, pensar não requer esforço, “bem” tem tantas letras quanto “mal”, portanto basta substituir uma por outra.Se queremos fazer um mundo e vidas melhores, basta sentir o que vem de dentro e pensar no bem que um simples olhar sorridente pode trazer a quem o recebeu. E, de volta, a vida vai nos sorrir.