Desconfiança do mineiro é "blindagem".
Na avaliação da analista da Unidade de Acesso a Mercados e Relações Internacionais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Minas Gerais, Alessandra Simões, o fato de o mineiro ser “desconfiado” conta, nesse segmento, como ponto positivo no desenvolvimento e manutenção dos negócios. Além disso, segundo ela, não basta apostar em um modelo que tem riscos calculados, é fundamental identificar-se com o produto à frente do qual se pretende estar. “O mineiro ainda é pouco ousado e a gente entende que existem bons negócios passíveis de se tornarem franquias. Aqui em Minas, as pessoas têm dificuldade de repassar informação, de passar para frente um conhecimento adquirido. Mas o sistema de franquias é justamente isso e é o que o mercado está mostrando que é preciso ser feito”, avalia. Ainda de acordo com ela, a extensão geográfica do Estado e a diversidade de público são aspectos favoráveis ao modelo de franchising, que cresce em ritmo acelerado em Minas. “Geralmente as redes com sede no Estado também têm unidades aqui. O que as marcas precisam entender é justamente isso, que podem se desenvolver internamente antes de ganharem o mundo”, explica a analista do Sebrae Minas. Diretora da Vecchi Ancona - Inteligência Estratégia, de São Paulo, a consultora Ana Vecchi, tem opinião semelhante. De acordo com ela, soma-se às características particulares do negócio feito em Minas o momento pelo qual passa a economia brasileira. “Muita gente que perde o emprego não consegue se recolocar, são profissionais sênior, gabaritados, que enfrentam dificuldade, em função dos salários mais altos. Com o saldo do fundo de garantia e um valor considerável para investimento, é hora de pensar e apostar em um negócio próprio. Não tenho dúvidas de que, ao invés de correr um risco com uma coisa nova, sem experiência, a melhor escolha seja apostar na franquia”, diz.
