Você conhecia esta história?

“Eu só posso falar que o macaco que tinha que estar na jaula em Londres, hoje é campeão olímpico dentro de casa. Hoje eu não fui uma vergonha para a minha família.” – Rafaela Silva

Não fosse a medalha de ouro, muitos de nós não saberíamos a história de quem, hoje, chamamos de Rafa. Basta um pódio e nos tornamos íntimos daqueles que nem sabíamos que nasceram. O olhar de Rafaela, antes de entrar no tatame para buscar o ouro, retrata contra quem ela estaria lutando naquele momento. E não foi só contra a S. Dorjsuren (MGL). Basta reler o seu desabafo doído, sofrido e, finalmente, orgulhoso em várias entrevistas. Ao ver a bandeira brasileira, ao som do hino nacional e as lágrimas de Rafa, choramos de emoção com ela. E Rafa passa a ser linda. Ao vê-la gritar a vitória e receber o ouro no pescoço, ninguém mais pensa em pentear os cabelos dela, passam a aceitá-la exatamente como é, e mais, passam a admirá-la. E a menina da Cidade de Deus se torna referência. Todos correm atrás de sua história heróica, pois é sempre tão lindo ser pobre e campeão! E lá vem páginas e posts, curtidas nas palavras superação, garra, convicção, determinação... Vamos olhar para dentro: de quantos funcionários ou subordinados conhecemos o roteiro de vida? Quantos poderiam virar um blockbuster? Nossos empregados domésticos, corporativos, dos valets, postos de gasolina, churrascarias, lanchonetes, cuidadores, babás, porteiros não seriam “Rafas” também? O que a missão de Geraldo Bernardes, Mestre da Rafaela e Coordenador do Programa Reação Olímpico, difere da nossa missão de líderes, contratantes ou gestores de pessoas? "No treinamento, nós fazemos acontecer as medalhas. No dia da competição, nós vamos buscá-las." Vamos perpetuar o sentimento que Rafaela nos traz e tratar com este mesmo interesse aqueles que nos trazem medalhas, ganhos e dedicam suas vitórias diárias às nossas nações / empresas.